Projeto - VOZES DE SENZALA
O Instituto Cultural, Ambiental, Educacional – CAE, representada pelo seu Ponto de Cultura Vozes de Senzala, identifica o monumento Edifício Cadeia Velha, como Patrimônio Cultural. Espaço de grande relevância no repertório histórico sócio político brasileiro, situado na Praça dos Andradas, próximo ao teatro Guarany, palco dos encontros, discussões e conquistas do movimento abolicionista.
A implantação das atividades do Ponto de Cultura Vozes de Senzala, compreendendo a organização, catalogação e disponibização do acervo gráfico, poético e audiovisual da Capoeira, disseminação da capoeira senzala, montagem do memorial do berimbau, implantação do primeiro Ballet Crioulo do Brasil dialoga com o contexto do local e edifício.
Em consonância com o Programa Cultura Viva – Mais Cultura/ MinC, onde Vozes de Senzala tem a contemplação, o planejamento para o segundo semestre de 2011, integra ações de prioridade resultantes dos GT, fóruns e política de Estado.
MESTRE SOMBRA - Apresentação
Mestre Sombra, assim que é conhecido, o sergipano Roberto Teles de Oliveira. Chegou à Santos em 1962 e logo buscou a capoeira, atividade que já praticava desde menino.
Um ano depois de muita procura, seu irmão o levou a um encontro de capoeiristas em Vicente de Carvalho, cidade do Guarujá. Ele foi apresentado ao Mestre Olívio Bispo dos Santos. Este viu Sombra jogando, e disse: Você sabe a capoeira, precisa somente adquirir comportamento.
O encontro era realizado nos fundos de uma casa, com doze senhores e Sombra, era o único garoto.
Houve várias tentativas de abertura, a primeira foi na Rua São Bento, nº25 e na Ana Costa, nº 218.A maioria dos integrantes eram estivadores, reparadores de navios, sacadores de café e na ocasião, Sombra trabalhava de cobrador na SMTC. Em 1971 houve uma parada nos encontros. Pouco tempo depois, mestre Olívio Bispo faleceu. Dois senhores, Maurício o baiano do Charuto e Benedito mandaram um recado ao mestre Sombra para marcar um encontro. Depois de três meses ele apareceu, no bar do Juca com Berimbau.
No Itapema distrito do Guarujá criaram um grupo de capoeira, com o nome Zumbi. Posteriormente Mestre Sombra alugou uma pequena sala na Marechal Pegô Junior, nº20, sendo fundada em 1975 a Associação Capoeira Senzala. Desde 1979, Senzala é sediada no mesmo local, apresentando a cultura capoeira, formando professores e mestres. Mais de 5000 alunos passaram pela Senzala. A Associação formou muitos mestres que depois seguiram mundo afora: Espanha, EUA, Grécia, Holanda, Inglaterra, País de Galles, França e Noruega, difundindo a cultura capoeira Senzala e a Lingua Portuguesa. Vários são os estrangeiros que iniciaram seus estudos na lingua portuguesa para cantar as músicas de roda da capoeira e para entender mais sobre as peculiaridades culturais do povo brasileiro.
Realizar Vozes de Senzala, é reconhecer o sério tabalho que Mestre Sombra desenvolve, ao longo dos anos, com suas pernas, com sua ginga. É legitimar o trabalho cultural e de cidadania que é realizado por ele, trabalhadores e jovens. É inserir a Capoeira Senzala em conecção na rede, com outras manifestações artísticas culturais deste país e de outras nações com a nossa língua portuguesa. É dar oportunidade e estrutura para crianças e jovens, manterem a tradição da capoeira angola e desenvolver o aprendizado da capoeira em outras expressões e novas mídias.
O Instituto CAE formado primeiramente por estudantes universitários, com objetivo de potencializar movimentos artisticos e culturais, para transformar embasamento e ação em força. Inspirada pelo Movimento Internacional de 68, Situacionista, onde os Universítários se juntaram com operários, para discutir, brigar e trabalhar por um mundo mais digno, próspero e evoluído. A CAE juntou a força de estudantes e jovens técnicos com a Capoeira Senzala, com reconhecimento ao mérito e trabalho que Mestre Sombra e toda uma equipe desenvolve de forma voluntária. A participação de membros da CAE, iniciou na sala de aula da Capeira Senzala e posteriormente seguiu com a realização do Encontro Internacional da Capoeira Senzala, onde foi teve o reconhecimento e a manifestação de interesse em dar apoio, do Instituto Camões.
Dentro desta parceria a CAE, visa dar a representação civil a Capoeira Senzala, seguir para abertura formal da entidade Senzala e conseguir o selo “Cultura Viva – Ponto de Cultura” a este grande trabalho.
Mestre Sombra é referência de seriedade na disseminação da Capoeira no Brasil e pelo Mundo. Foi convidado pelo Ministério da Cultura, para participar, em Salvador, do ato de tombamento da Capoeira como Patrimônio imaterial.
Sua relação com os discípulos, é de ensinar e aprender, onde todos mantém contato e criaram uma rede de cultura pelo mundo: Filhos de Sombra.
A Capoeira Senzala é uma representação forte de capoeira e há muitos anos Mestre sombra transmite suas sabedorias, para jovens e adultos sem receber remuneração, pois a maioria que frequentam não tem condições de pagar a mensalidade. O grupo Cultural Senzala, vende artigos de capoeira, realiza eventos culturais de capoeira e Mestre Sombra circula pelo Mundo, possibilitando a manutenção até hoje da Capoeira Senzala, mesmo que precária. Chegou a abrir formalmente uma associação, mas hoje se encontra inapta, em sua representação jurídica, mas com trabalho intenso em funcionamento. O Instituto CAE, trabalha hoje em parceria com a Capoeira Senzala, no objetivo de organizar e potencializar este que já é um Ponto forte de Cultura e que merece todo reconhecimento e fomento.
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Projeto - ARTE E CULTURA NO PONTO e Projeto BRINCARTE
A proposta das atividades de arte e cultura deve ser executada com vistas a estimular a criatividade pela criação de “objetos”, músicas, danças, cenas, arte e através dessa criação “sair do lugar” e ir a busca de novos sentidos para sua vida.
Esse projeto crê na cultura como algo que vive em constante movimento, pois ao vivenciar atividades artísticas consegue-se produzir e ressignificar a sua cultura. Para nós é fundamental que se entenda cultura em sua dimensão antropológica, produzida através da interação social entre os indivíduos que elaboram seus modos de pensar, sentir, construir seus valores e manejar suas identidades e diferenças¹. E, sendo a criança e o adolescente o principal beneficiário desse projeto, por estarmos em um bairro carente de atividades para crianças que é o bairro do Santo Antônio e adjacências, buscamos garantir o acesso a esse público.
Teremos o número maior de atendidos, o nosso beneficiário é um sujeito cujas possibilidades estão em construção, a interação
com seus pares e a produção de novos significados culturais constitui-se num caminho para a criação de um diferente projeto de vida, ao mesmo tempo o adulto e o idoso na ressignificação trás um aprendizado múltiplo para ele e para os envolvidos, além de estimular a autoestima e bem estar pessoal e em grupo por meio das oficinas de arte cultura.
Acreditamos que ao trabalhar com arte e cultura temos um caminho potente para o desenvolvimento de ações educativas e de inclusão social, por meio das criações de cenas, teatro, coreografias, estudos, performance, artes, objetos gerados pela oportunidade de explorar seus aspectos contextuais, técnicos cognitivos, expressivos, os sonhos, os talentos, a troca de saberes entre outros.
Ao abordar a cultura popular e caiçara é falar de território, identidade, pertencimento entre a cidade e o mar, abordar a miscigenação, a história e falar sobre nossas raízes. A cultura caiçara é hoje, historicamente, um dos últimos traços visíveis da criação do povo brasileiro; é de fundamental importância salvaguardar o que ainda resta da cultura caiçara atualmente, através da difusão de suas tradições e da conscientização da sua importância para construção da identidade brasileira.
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